Editar ou não, eis a questão.

Estamos em uma fase do mercado fotográfico, onde as musicas são extremamente industrializadas. Tudo parece tão certinho, que nos leva a imaginar que, ou os músicos evoluíram ou existe alguma magica por trás das produções.
Na verdade, todos os trabalhos, exceto alguns poucos puristas, passam por um fase pré-mix, chamada edição. Nesta fase o produtor acerta a métrica dos instrumentos, colocando todas as transientes no grid; alguns optam por uma edição mais solta, como se diz.
Depois vem a fase de afinação de voz, onde uns ainda usam o método antigo, com plugins automatizados, e os mais modernos, afinam através do famoso melodyne.
Eu não digo que aos artistas de hoje não tem o mesmo talento que os antigos, mas digo com certeza que a música se tornou preguiçosa, pois hoje você entra em um estudio e não precisa ficar gravando os mesmos takes, até que o mesmo fique bom, hoje você grava já contando com a edição e afinação. Os produtores deixam passar partes criticas já imaginando que esta dera ou não ser acertada na edição.
Se querem ver minha opinião, sou adepto da edição, e faço dela a minha ferramenta mais importante, a edição pode levar um trabalho, uma mixagem, etc...
Alias me arrisco em dizer que a edição é o plus, que pode diferenciar o teu trabalho de outros, tirando aquela impressão de demo. Já trabalhei muito como editor, aceitando trabalhos de outros produtores, e editando e afinando os mesmos. Hoje em dia faço o trabalho contrario, contrato outros profissionais pra editar as minhas produções.
Mas ainda existem músicos respeitados como Eric Clapton, que não permitem que seus trabalhos sejam editados, mas cá entre nós, editar blues, a música que exprime puro sentimento, não tem cabimento. Tem que existir um certo bom senso, ou nos tornamos assassinos da arte, e não é isso que queremos.
Shalom.